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sexta-feira, 2 de março de 2012

A poesia de Charles Baudelaire ( quadros parisienses)

A uma passante

A rua em derredor era um ruído incomum,
Longa, magra, de luto e na dor majestosa,
Uma mulher passou e com a mão faustosa
Erguendo, balançando o festão e o debrum;


Nobre e ágil, tendo a perna assim de estátua exata.
Eu bebia perdido em minha crispação
No seu olhar, céu que germina o furacão,
A doçura que embala e o frenesi que mata.


Um, relâmpago e após a noite! -  Aérea beldade,
E cujo olhar me fez renascer de repente,
Só te verei, um dia e já na eternidade?


Bem longe, tarde, além, jamais provavelmente!
Não sabes aonde vou, eu não sei aonde vais,
Tu que eu teria amado - e o sabias demais!

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